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terça-feira, 15 de junho de 2010

Um dos irmãos do presidente do Chile, Sebastián Piñera, defendeu o regime autoritário do ex-líder Augusto Pinochet (1973-1990) e comparou o ex-presidente chileno Salvador Allende (1970-1973), derrubado por Pinochet, ao líder nazista Adolf Hitler.




As declarações do economista José Piñera, ex-ministro do Trabalho, Previdência Social e Minério de Pinochet, foram feitas em entrevista publicada pelo jornal argentino Perfil no último domingo e geraram uma grande polêmica no Chile nesta segunda-feira.



Perguntado se considerava legítimo o golpe de Estado liderado por Pinochet, em março de 1973, ele respondeu que “infelizmente, a Constituição em vigor em 1973 no Chile tornava impossível a remoção de um violador da Constituição e da lei”, em uma referência direta ao socialista Salvador Allende, morto durante a crise política no país.



Segundo o diário, ele responsabilizou Allende pela situação a que o Chile chegou à época e o comparou a Hitler, que, segundo ele, “foi eleito democraticamente e virou um tirano”.



Polêmica



Após a publicação da entrevista, o ministro do Interior do governo de Sebastián Piñera, Rodrigo Hinzpeter, disse que as afirmações do irmão do presidente são “repudiáveis”.



"Acho inconcebível, realmente não posso aceitar, que alguém compare o governo do ex-presidente Salvador Allende com o que foi o regime criminal de Adolf Hitler”, disse Hinzpeter à rádio Cooperativa, de Santiago.



Mais tarde, o irmão do presidente pediu a renúncia de Hinzpeter em uma mensagem publicada em seu perfil no site de microblogs Twitter.



“Hinzpeter mente de maneira brutal e irresponsável. Ele deve pedir desculpas ou renunciar”, afirmou.



Já a senadora Isabel Allende, filha de Salvador Allende, disse que as declarações de José Piñera sobre seu pai são “grotescas”.



Na semana passada, o embaixador chileno na Argentina, Miguel Otero, pediu demissão após gerar polêmica ao dizer que “nem todos os chilenos sentiram o regime de Pinochet” e afirmar que o Chile seria hoje “como Cuba se não tivesse existido Pinochet”.gil