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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Apreensões de cocaína aumentam e de maconha caem no Brasil, diz ONU

Apreensões de cocaína mais que dobraram no Brasil desde 2001
As apreensões de cocaína no Brasil vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos e mais do que dobraram desde o início da década, segundo informa um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O documento da Junta Internacional Fiscalizadora de Entorpecentes (Jife) indica que as apreensões de cocaína no Brasil totalizaram 19,7 toneladas em 2008, um aumento de cerca de 15% em relação ao ano anterior.

As apreensões de maconha no Brasil, por outro lado, tiveram uma pequena queda em 2008, segundo o relatório da Jife. Naquele ano, o Brasil apreendeu 187,1 toneladas da droga, contra 199 toneladas no ano anterior.

A quantidade de cocaína apreendida pelo Brasil mais do que dobrou em relação a 2001, o primeiro ano com estatísticas disponíveis. Naquele ano, foram apreendidos pelo país 8,3 toneladas da droga.

No mesmo período, as apreensões de cocaína no México, país com perfil semelhante ao do Brasil (ambos são países utilizados para o trânsito da droga entre os países produtores e consumidores, mas também têm um mercado consumidor interno), teve uma queda de 30 toneladas apreendidas em 2001 para 19,3 toneladas em 2008.

O relatório da Jife afirma que “as fronteiras permeáveis e longas áreas costeiras na América do Sul são um desafio para as autoridades de controle do tráfico de drogas na região”.

Segundo o documento, em toda a região houve “um aumento no uso de aeronaves leves com números de registro falsos ou roubados, operando em pistas de pouso pequenas e privadas, em áreas remotas, para transportar cocaína”.

Segundo o documento, cerca de metade da cocaína apreendida pelo Brasil em 2008 havia sido traficada por rotas aéreas.

A Jife também relata um aumento no uso das chamadas “mulas” (pessoas que transportam a droga no próprio corpo) e do transporte da cocaína dissolvida em líquidos.

Diversificação

O relatório da ONU adverte ainda para a “diversificação” verificada nos negócios das organizações criminosas dedicadas ao tráfico de drogas na América do Sul.

Segundo a Jife, essas organizações “parecem estar se expandindo para áreas de atividade ilícita não previamente associadas aos problemas com drogas na região”.

A organização afirma ter verificado em vários países da região tentativas de desviar substâncias utilizadas para a fabricação de estimulantes do tipo anfetamina, como o ecstasy.

Em 2008, foram registrados os primeiros desmantelamentos de laboratórios ilegais para a fabricação de ecstasy na região, na Argentina e no Brasil.

Após o fechamento de um laboratório e a apreensão recorde de 132 mil unidades de ecstasy no Brasil em 2008, um novo laboratório foi localizado e fechado no país no ano passado.

Para a Jife, a América do Sul, que já era considerada uma das grandes áreas de destino do ecstasy produzido principalmente na Europa e na América do Norte, está se tornando também uma grande produtora da droga.

“Segundo o último relatório da Organização Mundial Alfandegária, em 2008 foram registradas apreensões de ecstasy originário do Brasil, do Chile e do Suriname na Holanda e na Suécia”, afirma o relatório.
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Atualizado em 24 de fevereiro, 2010 - 19:59 (Brasília) 22:59 GMT
Envie por e-mail Versão para impressão Malvinas
Argentina recorre à ONU para rediscutir soberania das Malvinas

Kirchner vê o caso das Malvinas como exemplo de colonialismo europeu
O ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Taiana, se encontrou nesta terça-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Nova York, para pedir a ajuda da entidade para convencer a Grã-Bretanha a rediscutir a soberania sobre as Ilhas Malvinas.

“Nós pedimos ao secretário-geral para que, dentro do sistema de sua boa administração, esclareça à Grã-Bretanha a necessidade de se abster de tomar novas decisões unilaterais”, disse Taiana a jornalistas após o encontro na sede da ONU.

Taiana voltou a afirmar que o governo argentino considera a decisão da Grã-Bretanha de explorar petróleo nas ilhas Malvinas como “ilegal e contrária às leis internacionais”. Segundo ele, a ação “afeta o direito de todos os argentinos”.

O chanceler afirmou ainda que o secretário da ONU “não está feliz em saber que a situação piorou”.

Em uma coletiva de imprensa antes da reunião, o porta-voz de Ban afirmou que ele estaria disposto a escutar as reclamações do governo argentino.

“A ONU sempre está disposta a mediar, mas há uma condição: deve haver duas ou mais partes. As duas partes devem querer, não apenas uma”, disse.

Após o encontro, Taiana disse que a Argentina está disposta a dialogar com a Grã-Bretanha, mas que os britânicos teriam “rejeitado sentar para conversar e cumprir com as recomendações das Nações Unidas”.

Disputa

A Argentina alega que a exploração de petróleo por parte de uma empresa britânica a cerca de cem quilômetros do arquipélago, iniciada na última segunda-feira, desrespeita uma resolução da ONU que proíbe atividades em águas sob disputa internacional.

Por isso, o governo argentino impôs restrições à navegação no entorno das ilhas. Pelo decreto aprovado, todas as embarcações com destino às Malvinas ficaram obrigadas a pedir uma autorização do governo para navegar em águas argentinas.

O governo britânico, porém, defende que sua ação é completamente legítima.

"A soberania britânica com relação às Falklands (como os britânicos chamam as Malvinas) é absolutamente clara na legislação internacional", disse o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Miliband.

Em entrevista à BBC Mundo, o secretário para a América Latina e Europa da chancelaria britânica, Chrys Bryant, enfatizou também o direito à autodeterminação dos moradores das Malvinas.

“Não temos nenhuma dúvida sobre essa soberania, Nós acreditamos na autodeterminação dos moradores da ilha para decidir seu futuro. Eles querem ser britânicos”, disse Bryant.

Clique Leia mais na BBC Brasil: Grã-Bretanha diz que soberania das Malvinas é 'indiscutível'

Apoio latino-americano

O governo da presidente Cristina Kirchner conquistou importante apoio nos últimos dias à sua causa durante encontro da Cúpula da América Latina e Caribe, em Cancún.

"Nós aprovamos uma declaração em que os líderes dos países e governos aqui presentes reafirmam seu apoio ao direito legítimo da Argentina em sua disputa com o Reino Unido sobre sua soberania", declarou o presidente mexicano, Felipe Calderón.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos que defendeu a posição defendida pela Argentina.

"Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país (Grã-Bretanha) a 14 mil quilômetros de distância?", questionou o presidente.

Clique Leia mais: Lula questiona soberania britânica nas Malvinas

Markus Schultze-Kraft, diretor para a América Latina e o Caribe do International Crisis Group, instituto especializado em análise política, compara o apoio atual ao que ocorreu em 1982.

"Esse apoio à Argentina demonstrado no episódio atual contrasta com o que ocorreu durante a Guerra das Malvinas nos anos 80. Naquela ocasião, alguns países, como o Chile, apoiaram a Grã-Bretanha, enquanto outros se mantiveram neutros", disse em entrevista à BBC Brasil.

"Decisão unilateral"

"Considerando que a Argentina nunca interrompeu seus esforços diplomáticos para recuperar a soberania sobre as Malvinas e que houve uma guerra entre os dois países por causa da ilha, o certo teria sido o governo britânico ter procurado o governo argentino para conversar, ao invés de tomar essa decisão unilateral de explorar petróleo lá", disse Schultze-Kraft à BBC Brasil.

Na visão da presidente argentina, a atitude britânica não envolve apenas uma questão de soberania.

"Isso tem a ver com a história da região e do mundo ao longo dos últimos dois ou três séculos", declarou Kirchner, referindo-se ao histórico de colonialismo europeu na América Latina.

A colunista do diário britânico The Times Bronwen Maddox entende que essa referência ao colonialismo tende a tornar difícil para o governo britânico defender sua posição na região.

"É fácil retratar as Falklands como uma anomalia antiquada", escreveu em coluna publicada nesta quarta-feira.

Apesar do teor e do calor dos debates entre argentinos e britânicos, ninguém imagina que uma nova Guerra das Malvinas possa ocorrer.

"Não acredito que essa situação possa deteriorar a ponto de gerar um novo confronto militar entre a Argentina e o Reino Unido. O governo argentino já deixou claro que não tem intenção alguma de levar essa questão além da arena diplomática", analisou Schultze-Kraft.

Histórico

As Malvinas pertencem à Grã-Bretanha, mas elas ficam geograficamente próximas do litoral da Argentina, que reivindica a soberania sobre a região desde o século 19.

A Argentina invadiu o arquipélago em abril de 1982, iniciando uma guerra com a Grã-Bretanha. A vitória britânica, em junho do mesmo ano, não impediu Buenos Aires de continuar aspirando ao controle sobre as ilhas.

Os argentinos acreditam que herdaram o território dos colonizadores espanhóis, que disputaram a soberania sobre o arquipélago no século 18 com os britânicos.

Grã-Bretanha e Espanha chegaram a estabelecer colônias simultâneas nas ilhas, mas os britânicos abandonaram o assentamento, abrindo caminho para a presença de colonos argentinos – que, depois, foram expulsos pelos britânicos.

O principal argumento britânico para manter a soberania sobre as Malvinas é que, hoje, a população local é britânica e prefere manter os laços coloniais.

No conflito de 1982, mais de 900 pessoas morreram, sendo que dois terços das vítimas eram da Argentina.
Polícia de Dubai identifica mais 15 suspeitos pela morte de líder do Hamas

Mahmoud al-Mabhouh foi encontrado morto em um quarto de hotel
A polícia de Dubai anunciou nesta quarta-feira ter identificado mais 15 suspeitos de envolvimento na morte de um líder do grupo militante palestino Hamas no mês passado.

Seis dos novos suspeitos pela morte de Mahmoud al-Mabhouh têm passaporte britânico. Os outros têm documentos irlandeses, franceses e australianos.

Segundo a polícia de Dubai, Israel estaria por trás do crime, mas o governo israelense tem se recusado a negar ou confirmar o envolvimento no assassinato.

Um dos fundadores do braço armado do Hamas, as Brigadas Izz al-Din Qassam, Mabhouh foi encontrado morto em um quarto de hotel em Dubai no último dia 20 de janeiro.

Um exame post-mortem revelou que o integrante do Hamas foi eletrocutado e depois sufocado.

Passaportes

No início deste mês, as autoridades de Dubai revelaram os nomes e fotografias de 11 "agentes com passaporte europeu" – seis britânicos, três irlandeses, um francês e um alemão.

Em um comunicado nesta quarta-feira, a polícia de Dubai disse ter identificado um total de 26 pessoas suspeitas de envolvimento na morte de Mabhouh.

"Os suspeitos se reuniram em Dubai e se espalharam por várias localidades antes de se reunirem de novo em pequenos grupos e partirem para outros destinos", diz o comunicado.

Os investigadores também descobriram que 14 dos suspeitos usaram cartões de crédito emitidos pelo MetaBank, sediado nos Estados Unidos.

"Os cartões foram usados para reservar quartos de hotel e pagar viagens aéreas", informou a polícia.

O Ministério do Exterior britânico afirmou que está examinando as informações de que mais passaportes britânicos falsos podem ter sido usados, mas não confirmou os números divulgados pelas autoridades de Dubai.